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Colômbia vai denunciar Chávez a Tribunal Penal Internacional
04/03 - 11:36, atualizada às 14:08 04/03 - Redação com agências internacionais
BOGOTÁ - O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, anunciou nesta terça-feira que vai denunciar o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ao Tribunal Penal Internacional por apoiar grupos terroristas.
"A Colômbia se propõe a denunciar Hugo Chávez, presidente da Venezuela, no Tribunal Penal Internacional por patrocínio e financiamento de genocidas", disse Uribe a jornalistas.
Uribe disse aos jornalistas que o embaixador colombiano nas Nações Unidas anunciará que seu país já iniciou os trâmites do processo.
O governo colombiano assegurou na véspera ter encontrado uma carta que compromete Chávez com o financiamento de US$ 300 milhões para a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
A carta foi encontrada, segundo Bogotá, em um computador achado no local em que morreu, no sábado, o número dois dessa guerrilha, Raúl Reyes, em um ataque das forças colombianas no Equador.
Fronteiras fechadas
O ministro de Agricultura e Terras venezuelano, Elías Jaua Milano, anunciou nesta terça-feira que o governo da Venezuela ordenou o fechamento da fronteira com a Colômbia, em uma situação que já registra movimentos de tropas e a expulsão dos funcionários da embaixada colombiana.
"Tomamos algumas medidas, como o fechamento da fronteira", disse Milano à emissora estatal venezuelana "VTV".
Embaixador expulso
A Venezuela ordenou na útlima segunda a "expulsão imediata" do embaixador da Colômbia e do pessoal diplomático da embaixada colombiana em Caracas, informou a chancelaria venezuelana.
O governo da Venezuela, "em defesa da soberania da pátria e da dignidade do povo venezuelano, decidiu ordenar a expulsão imediata do embaixador da República da Colômbia na Venezuela e do pessoal diplomático da Embaixada colombiana em Caracas do território nacional", diz o comunicado da chancelaria.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou no domingo o fechamento da embaixada de Caracas em Bogotá e o envio de 10 batalhões do exército para a fronteira com a Colômbia, depois que o país vizinho realizou uma operação militar em território equatoriano que terminou com a morte do número dois da guerrilha colombiana das Farc, Raúl Reyes.
Relações estremecidas
AFP |
Estudantes do Equador protestam contra Colômbia |
Equador e Venezuela, que tem no presidente Hugo Chávez um aliado próximo de Quito, ordenaram um reforço militar nas fronteiras com a Colômbia em reação ao ataque. O venezuelano advertiu que pode ser o início de um enfrentamento bélico na região.
Bogotá disse que não iria responder com a mesma estratégia e decidiu não mandar tropas adicionais à área.
Colômbia faz fronteira com o Brasil, Equador, Venezuela, Peru e Panamá / Wikipedia
Desculpas
A Colômbia pediu desculpas pela incursão militar, mas disse que a operação contra o acampamento dos rebeldes era necessária porque seus soldados estavam sendo alvos a partir do lado equatoriano.
Mas o governo colombiano, aliado dos EUA, disse também ter encontrado no acampamento documentos que vinculam o presidente esquerdista do Equador, Rafael Correa, aos guerrilheiros. A acusação é negada pelo Equador porque a evidência não foi apresentada a escrutínio público.
'Deus nos livre de uma guerra, mas não vamos permitir que violem nosso território soberano', disse Chávez.
____________________________________________________________________Correa chega hoje a Brasília para encontro com Lula
04/03 - 12:01 - Redação com agências
O presidente do Equador, Rafael Correa, chega hoje à noite, às 23h30, em Brasília, para um encontro amanhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com as informações da Embaixada do Equador, o encontro entre os dois presidentes está previsto para as 10 horas, no Palácio do Planalto.
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Correa iniciou nesta terça-feira um giro por quatro países que fazem fronteira com a Colômbia e seguirá para a República Dominicana a fim de defender na cúpula do Grupo do Rio a posição de seu país após a incursão armada colombiana para matar Raúl Reyes, o número dois das Farc. Correa deu início hoje ao giro pelo Peru.
Ontem, Lula conversou por telefone com Correa sobre o episódio envolvendo o ataque às tropas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no território equatoriano.
O governo brasileiro considerou grave o episódio por se tratar de uma invasão territorial, de acordo com avaliação do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
A viagem de Correa faz parte de uma série de visitas que o presidente fará a chefes de Estados do continente para buscar apoio na ação contra a Colômbia.
Colômbia faz fronteira com o Brasil, Equador, Venezuela, Peru e Panamá / Wikipedia
Farc libertam quatro reféns na Colômbia
27/02 - 15:56, atualizada às 19:12 28/02 - Redação com agências internacionais
SAN JOSÉ DEL GUAVIARE, Colômbia - Rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)libertaram na quarta-feira quatro reféns mantidos havia anos nas selvas colombianas, em uma vitória para o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que conseguiu mediar o acordo.
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Dois helicópteros tipo MI de fabricação russa, identificados com o logotipo do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), foram usados na operação.
Eles haviam saído de San Jose de Guaviare, na Colômbia, em direção ao ponto identificado pelas Farc na selva colombiana, onde os ex-congressistas foram entregues.
Os reféns foram entregues pelas Farc ao Ministro do Interior e Justiça venezuelano, Ramón Rodríguez Cachín, à senadora colombiana Piedad Córdoba e a médicos e representantes do CICV.
Os reféns estariam com problemas de saúde, mas se encontravam em condições de viajar, afirmaram autoridades do governo e dirigentes de entidades de ajuda humanitária.
'Queremos que os parentes (dos reféns) saibam que eles estão conosco e que estão em segurança', afirmou Jesse Chacón, porta-voz do governo venezuelano, acrescentando que Chávez já tinha conversado com os colombianos libertados.
Os rebeldes entregaram Gloria Polanco, Luis Eladio Pérez, Orlando Beltrán e Jorge Gechem, que enfrentaria graves problemas cardíacos.
'Nossos médicos vão atender essas pessoas durante a viagem', afirmou Chacón.
AFP |
Helicópteros deixam base colombiana em busca de reféns |
A entrega dos reféns também alimenta as esperanças sobre um acordo amplo para libertar dezenas de outras pessoas na mesma situação, entre as quais a política franco-colombiana Ingrid Betancourt e três norte-americanos cujo sofrimento chamou a atenção da comunidade internacional para a situação dos reféns.
Segunda vez em dois meses
Em janeiro, uma missão semelhante foi organizada para libertar Clara Rojas e Consuelo González de Perdomo, que foram mantidas em cativeiro durante seis anos.
Analistas consideram que ao libertar unilateralmente alguns de seus reféns, as Farc pretendem abrir um espaço de diálogo político no campo internacional, já que internamente as condições para uma saída dialogada para o conflito colombiano parecem estar cada vez mais distantes.
Desde 2001, o governo de Álvaro Uribe, Estados Unidos e alguns países Europeus passaram a qualificar as Farc como um grupo terrorista.
O presidente venezuelano negocia há meses com os dirigentes da mais antiga força rebelde da América Latina. No entanto, depois de um período inicial de cooperação, Chávez e Uribe acabaram se desentendendo sobre a mediação.
As libertações recentes foram unilaterais e descritas pelos rebeldes como um gesto de boa vontade em relação a Chávez, que vêem como um líder simpático à causa deles.
"Passíveis de troca"
Ainda permanecem em mãos das Farc 40 políticos, policiais, militares e estrangeiros que essa guerrilha pretende trocar , assim como .
Apesar dos guerrilheiros terem mais de 700 seqüestrados com fins de extorsão, segundo números oficiais, eles possuem uma lista dos reféns considerados "passíveis de troca", que se reduziu hoje a a sete civis e 33 militares e policiais com a libertação de quatro ex-parlamentares. A guerrilha pretende trocar essas pessoas por cerca de 500 rebeldes presos.
As Farc dizem lutar pela justiça social e desejam trocar seus reféns por guerrilheiros presos em penitenciárias do Estado.
Os reféns
Gloria Polanco, Orlando Beltran, Jorge Gechem e Luis Eladio Perez |
Um dos reféns, o ex-senador Jorge Eduardo Géchem, sofre de problemas cardíacos, úlcera e angina de peito. Foi seqüestrado no dia 20 de fevereiro de 2002, quando um comando guerrilheiro obrigou a tripulação do avião no qual ele viajava entre as cidades de Florencia e Bogotá a aterrissar em uma estrada do Departamento de Huila.
Glória Polanco, política do Departamento de Huila, foi seqüestrada em 26 de julho de 2001 por um comando das Farc que ingressou em um prédio de apartamentos da cidade de Neiva e levou-a junto com seus filhos Juan Sebastián e Jaime Felipe Lozada, além de outros 12 vizinhos.
Luis Eladio Pérez, foi seqüestrado no dia 10 de junho de 2001, quando viajava de automóvel por uma estrada do Departamento de Narino. O veículo dele foi parado por guerrilheiros que montaram uma barreira.
Orlando Beltrán, foi seqüestrado no dia 28 de agosto de 2001. Segundo o testemunho das políticas Clara Rojas e Consuelo González, libertadas pelas Farc em janeiro, Beltrán sofre de hipertensão e precisa de um remédio que nem sempre recebe de seus sequestradores.
(*Com informações das agências Efe, AFP, Reuters e BBC)
Anistia Internacional pede que Farc libertem todos os reféns
27/02 - 16:52 - EFE
Londres, 27 fev (EFE) - A Anistia Internacional (AI) pediu hoje às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) libertarem imediatamente todos os seus reféns, depois que o grupo armado colocou em liberdade quatro deles, uma mulher e três homens ex-parlamentares. A guerrilha libertou hoje Gloria Polanco de Lozada, Luis Eladio Pérez, Orlando Beltrán Cuéllar e Jorge Eduardo Guechen Turbay, que foram entregues nas selvas do Guaviare (sul do país) a uma comissão humanitária.No entanto, o grupo armado, que, segundo as autoridades, mantém 750 pessoas em cativeiro, anunciou que não libertará mais reféns até que o Governo colombiano desmilitarize duas cidades do sudoeste do país.
A Anistia elogiou a libertação dos ex-parlamentares, mas pediu o mesmo para "as centenas de civis ainda retidos por toda a Colômbia".
"Todas as partes envolvidas no conflito armado na Colômbia - as forças de segurança do Estado, os paramilitares que agem sozinho ou com as Forças Armadas e as guerrilhas - continuam violando os direitos humanos e a lei humanitária internacional", denunciou Susan Lee, responsável da AI para as Américas.
Ela pediu a ambas as partes do conflito para "deixar de utilizar civis como alvo" e solicitou ao Governo colombiano que investigue os abusos aos direitos humanos cometidos no país. EFE jm/db
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Comitê Bettancourt expressa 'imensa alegria' pela libertação de reféns
27/02 - 17:23 - AFP
O comitê de solidariedade a Ingrid Bettancourt (CSIB) manifestou "imensa alegria" nesta quarta-feira pela libertação de quatro reféns pela guerrilha colombiana das Farc.
"Genial, genial!" foram as primeiras palavras do porta-voz do CSIB, Hervé Marro à AFP sobre o caso."Estávamos esperando, tínhamos visto isso acontecer pouco a pouco, nos tinham contado que tudo começaria na madrugada de quarta-feira e tudo se cumpriu nos mínimos detalhes", disse o porta-voz.
"Agora o comitê de solidariedade quer demonstrar sua alegria", acrescentou.
Gloria Polanco, Orlando Beltrán, Luis Eladio Pérez e Jorge Eduardo Gechem, todos seqüestrados há mais de seis anos, foram libertados nesta quarta-feira e entregues a uma delegação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e do governo venezuelano, nas selvas da Colômbia.
O porta-voz do CSIB destacou que em menos de dois meses as Farc libertaram unilateralmente seis reféns e que, após essa boa notícia, o acordo humanitário continuava sendo uma prioridade.
"Esperamos que o governo colombiano aceite se reunir com as Farc para firmar um acordo humanitário que irá permitir libertar os 40 reféns restantes", assinalou.
Por sua vez, a Federação Internacional dos Comitês Ingrid Betancourt (FICIB) afirmou "compartilhar plenamente a felicidade das famílias dos 4 reféns liberados e agradece ao presidente venezuelano Hugo Chávez e a senadora colombiana Piedad Córdoba, e a todos os governos que trabalharam para essa libertação".
A franco-colombiana Ingrid Betancourt, em poder das Farc desde 23 de fevereiro de 2003, faz parte de um grupo de cerca de 40 reféns que a guerrilha deseja trocar por 500 rebeldes presos.
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